PLANO COLLOR, CONFISCO e IMPEACHMENT
Após anos sem votar, o povo brasileiro finalmente voltou ás urnas em 1989. O escolhido da vez foi Fernando Collor de Mello, que teria a responsabilidade de guiar o Brasil para um processo de redemocratização.
por
Gabriel Garcia Levinski
Depois de muitos anos com as mãos atadas por conta de uma ditadura que assolava o país, o povo brasileiro ansiava pelo seu direito ao voto. Logo após o governo de José Sarney - que diferentemente de tantos outros, durou cinco anos -uma eleição despontava como grande esperança da população. Os dois candidatos com reais chances de vitória, Luiz Inácio Lula da Silva e Fernando Collor de Mello foram para o segundo turno e este segundo despontou como presidente da república. O povo enxergava nele, uma grande esperança em busca de uma volta a democracia e também, é claro, no combate a corrupção, que se intensificou muito nos anos de ditadura e início de Nova República. Vale lembrar que o Brasil passava por uma grande depressão financeira, sendo os piores problemas a inflação e a estagnação, onde os produtos eram mais caros do que o próprio salário da população. Estes problemas precisavam ser sanados com a máxima urgência, pois no governo Sarney, mesmo com inúmeras medidas econômicas, não atingiu nenhum sucesso.
Collor: o mais jovem presidente do Brasil |
Com uma campanha altamente populista, Collor conseguiu o apoio da população para seguir até a cadeira presidencial que ocupou por dois anos. Seus planos eram, em sua maioria, feitos para melhorar a economia, que continha uma inflação com números estratosféricos e também para a caça aos "marajás" - designação atribuída por Collor para os corruptos que se aproveitavam do Brasil. E sua primeira medida assim que chegou ao governo foi adotar o Plano Collor, que mais uma vez, em menos de dez anos alterava a moeda novamente. Como já vimos no artigo "governo Sarney", o presidente que ocupou o cargo de 1985 à 1989 alterou para Cruzado e depois para Cruzado Novo. Collor, quando chegou ao poder em 1990, já fez a maior alteração de todo o seu governo para uma tentativa de driblar a estagnação: retornou ao Cruzeiro como moeda predominante em território nacional. Parece um tanto anormal a situação do Brasil, porque, assim como os projetos econômicos de Sarney, este de Collor, também alcançou um relativo fracasso, aumentando ainda mais nossas mazelas financeiras. Esta foi a deixa, é claro, para a oposição fazer sérias críticas ao governo e ao seu representante, pois enquanto o país passava por muitos problemas, Fernando Collor praticava esportes, pilotava caças do exército, além de dirigir uma Ferrari a mais de 200 Km/h. Este foi o início da derrapada da carreira do presidente. E para ainda tentar salvar a economia, Collor anunciou uma medida nunca antes vista em território nacional e muito arriscada. E de fato, além de não alcançar sucesso, piorou ainda mais a situação do Brasil.
Jornal da época anunciando o Impeachment |
Praticamente condenado, Collor renunciou horas antes do Impeachment, em 1992, mas não evitou que sofresse as consequências de perder seus direitos políticos por oito anos. Quem assumiu em seu lugar foi o vice, Itamar Franco. Hoje, Fernando Collor voltou a política e ocupa uma importante cadeira no senado federal.
0 comentários:
Postar um comentário
Todos os comentários aqui feitos são de única e exclusiva responsabilidade dos seus autores e não representam as opiniões do responsável pelo portal.