SESSÃO ENTREVISTA: Prof. José Mendes

   A sessão entrevista serve como uma orientação profissional para as pessoas que desejam um dia seguir uma careira referente à algumas áreas. A primeira entrevista foi feita com o Professor José Mendes via e-mail, ele é professor de Português em São Paulo capital e vai falar sobre a faculdade de letras.
1. Professor José, na sua opinião, o que é mais difícil na faculdade de letras? 
  Tudo é um pouco difícil e é necessário conhecer muito antes de começar as aulas. Normalmente no primeiro dia de aula já começavam as atividades e exercícios avaliativos, então você necessita de uma base para este curso. O certo é se empenhar muito no vestibular e procurar estudar bastante por dia, pois todo o dia tem coisas novas e precisamos prestar a atenção.
2. Teve vezes que o senhor pensou em desistir? Quais?
   Nossa! Milhões de vezes eu pensei em abandonar a faculdade e escolher outras coisas. Uma delas foi logo nos primeiros três dias de aula. Eu nunca soube o que é Artigo nem preposição, então eu pensei em desistir. Mas minha mãe que estava louca para que eu terminasse a faculdade viajou até a casa de um tio meu lá no interior de Minas gerais para emprestar um livro sobre preposições e artigos. Ela me deu, eu li e finalmente consegui entender aquilo. É importante deixar claro em que todas as faculdades, seja o curso que for, você terá dificuldades.
3. O senhor é professor de um colégio particular, o que você acha que lhe fez chegar no posto de professor de português de um dos melhores centros de ensino de São Paulo? 
   Tudo que a gente faz, aprende na escola. Como diz na propaganda do amigos na escola, em que o escritor diz que tira suas inspirações da escola, eu acho o mesmo. E quando eu era criança eu não me via sendo professor, então eu estudava tudo "nas coxas". Isso foi assim até que o meu pai disse que iria me mandar procurar emprego em uma industria perto de casa. Obvio que eu escolhi estudar, não é? E como não tínhamos muitos recursos tive que batalhar demais para conseguir as passagens de ônibus. Então graças à esse esforço estou no cargo de professor do colégio.
4. O que lhe fez escolher a faculdade de Letras?
    Por duas coisas. Uma foi a necessidade, pois naquela época, nos meus 25 anos, um filho que conseguisse estudar era o rapaz mais inteligente na família e o meu tio avô era um dos que tinham estudado na época e eu via ele como o meu ídolo. Eu me lembro que eu adorava matemática quando eu tinha uns 14 anos, eu adorava aquele negócio de alfa e beta. Estava tudo pronto para eu ir para a faculdade de ciencias exatas quando minha mãe descobriu que eu gostava de poesia e adoarava escrever contos. Adivinha o que ela fez? Me matriculou em uma universidade de português.
5. Você já foi professor de colégio estadual, o que você tem a dizer da educação de hoje em dia?
   Dependendo do estado ou da cidade, ele é precário, no meu tempo de colégio tinha excelentes professores, mas o problema de hoje é alguns alunos em que muitas vezes acabam com o professor psicologicamente. Toda a sexta feira eu estava com a minha cabeça explodindo de tanta dor. Mas dar aula é uma coisa incrível, então, se você gosta de gramática, fique a vontade, a faculdade é ótima.
Entrevistador: Gabriel Garcia Levinski
Entrevistado: Professor José Mendes

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